Entre todos os mergulhos que fizemos (cerca de 400), a Grande Barreira de Coral é o sítio com os corais mais bonitos! Como um autêntico jardim de legumes, vegetais e flores, exibe-se à nossa frente, com todo o seu esplendor. Mergulhar na Grande Barreira de Coral, é descobrir um mundo diferente. Entre tartarugas, peixes, raias, barracudas, chocos, lulas, etc. vamos passeando entre os corais mais variados, em tamanho, forma e cor.
Se vos disser que fica mais barato estar num liveaboard do que em terra em Cairns, vocês acreditam? Com dormida, comida e 4 a 5 mergulhos por dia, depois de fazermos uma rápida pesquisa de hotéis e restaurantes, chegámos à conclusão que mais vale estar a bordo de um barco destes, do que na cidade.
O dia começava por um mergulho antes do pequeno almoço. A excitação era tanta que nem fome tínhamos. A seguir ao 1º mergulho, comíamos e ainda nem estávamos secos e já estávamos a entrar para a água de novo. Durante a tarde fazíamos mais 2 mergulhos e após o pôr do sol, chegava a melhor parte do dia – o mergulho noturno!
Os mergulhos noturnos parecem assustadores para qualquer pessoa, inclusive nós próprios. Não sabíamos o que íamos encontrar, a quantidade de luz que íamos ter, se nos íamos assustar… Durante a preparação para o primeiro mergulho noturno que fizemos, sentia-se a ansiedade no ar. Podíamos cortar à faca a tensão. Todos os preparativos eram feitos em silêncio pelos novatos neste tipo de mergulho e nos outros via-se o brilho nos olhos.
Ao entrar na água, por baixo do barco, estava uma luz que podia iluminar um estádio de futebol. Mas à medida que nos íamos afastando, essa luz dissipou-se e a única luz que tínhamos era a da nossa lanterna. Um estreito feixe de luz, que apenas era ajudado pela ténue luz da lua cheia estava presente no céu naquela semana. Mas, por mais estranho que pareça, era suficiente. Tinham nos dito que não devíamos apontar a luz diretamente para um peixe muito tempo, para que os tubarões não o encontrassem – seria morte certa! Então íamos movendo a luz pelo mar, pelos corais e pelos animais. Os tubarões iam passando por nós, quase tocando no nosso corpo, como balas para caçar. Com a luz cheia, os bonitos (um tipo de atum), deixam de ser prateados e viram pretos, o que ajuda no momento da caça.
Um dos fenómenos mais incríveis que vimos, foi um peixe papagaio (2ª foto) que se tinha coberto com um muco que soltou da própria boca para se cobrir e não ser detetado pelos predadores. Enfiado no meio dos corais, estava muito bem escondido. No final de um dos mergulhos, uma lesma do mar, veio atrás da minha luz e agarrou-se à minha lanterna e fez-me companhia até eu subir à superfície.
Quando o mergulho estava a terminar, um sentimento de tristeza apareceu. Saímos de água ansiosos por entrar outra vez. Era evidente agora, que íamos querer fazer todos os mergulhos noturnos! A excitação era tal que nem dormimos direito nesse dia. Os jardins subaquáticos da Grande Barreira de Coral tinham conquistado o nosso coração e alma.
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