Filipinas

Inclui : Cebu, Malapáscua, Moalboal, Oslob & Dumaguete

A terra das Filipas

Depois de um voo de Pequim para Manila e de uma escala super rápida nesta última (só deu tempo para comer e para trabalhar um bocado em conferência com a Ju), embarcámos para Cebu. Tenho a dizer que estávamos tão cansados que nem sentimos o avião a levantar voo. Aterrámos mal sentamos o rabo no assento. Abrimos os olhos para comer um pão com carne que a hospedeira nos entregou, ainda com os olhos mal abertos, comemos de olhos fechados e voltamos a dormir. O voo de 1h passou a correr! Num instante, chegamos ao nosso destino – as Filipinas! Mal apanhamos as malas, que mais uma vez estão com acesso direto para a rua, onde qualquer alminha passa e as leva (uma cena muito clássica aqui na ásia), vimos imediatamente o nosso guia “encomendado” pela Zati!

Tenho a dizer que não há pessoas como os amigos que fazemos nas nossas viagens! É uma cena muito característica, esta de fazer amizades pelo mundo fora. É como se tivéssemos uma casa espalhada por este planeta. Quando a Zati (uma rapariga que conhecemos nas Palau a fazer mergulho) veio a Portugal, nós obviamente, como bons portugueses que somos, oferecemos imediatamente a nossa casa para ela e o filho e uma amiga ficarem. Como na altura estávamos na aldeia, eles ficaram connosco. Queríamos que eles sentissem o quão hospitaleiro o povo tuga consegue ser. Por isso, preparámos um menu com comidas típicas, levamo-los aos melhores lugares de Braga, Porto e Guimarães e fizemos questão de pagarmos tudo (ou quase tudo). Então, agora a Zati sentiu que era a vez dela de nos proporcionar a mesma hospitalidade.

Quando lhe dissemos que íamos às filipinas, ela no dia seguinte disse que já tínhamos tudo marcado e pago por ela. Ela vinha ter connosco para fazermos mergulho os três outra vez, como nas Palau. Quem nos ouve, pode pensar que esta cena da amizade que une os viajantes é uma treta, mas não é de todo o caso. Chegaram a dizer-nos para termos cuidado, que não conhecemos as pessoas, etc. mas quem não vive a experiência, não faz ideia deste elo que une pessoas que andam a viajar há imenso tempo, muitas delas sozinhas e que gostam de ter companhia. O companheirismo é tal que se criam laços fortes e ser trapaceiro ou interesseiro é a última coisa que nos passa pela cabeça. É claro que isto não acontece com todas as pessoas que conhecemos nas nossas viagens. Umas marcam mais do que outras e algumas muito especiais ficam a morar no nosso coração. Como é o caso da Sarah, o Andie, a Evie e a Maddie (que conhecemos na nossa lua de mel nas maldivas), o Marco e a Julia (que já todos vocês os conhecem e sabem bem como são especiais), a Zati e o Red, a Anna Frantzuzova (a nossa querida irmã russa do coração), o Bhairav e o Siddarth (dois indianos que conhecemos em Bangkok), a Liliam e o Augusto (que conhecemos na Polinésia Francesa), o Shivram (um indiano tão genuíno que era impossível não nos apaixonarmos por ele, que conhecemos por intermédio do Jorge e da Lígia)… Não dá para explicar. Só quem passa pela mesma experiência conseguirá entender.

E assim foi, desta vez a Zati tratou de cuidar de nós e marcou-nos os melhores hotéis nos melhores sítios para conhecermos nas Filipinas e nós nunca nos esqueceremos deste gesto! Thank you Zati! You are the best!!!

Então, metemo-nos no carro, a caminho de Malapáscua, onde vamos mergulhar com o tubarão Thresher, uma espécie que pelos vistos, é muito típica daqui e muito raramente se verá noutro lado. Este tubarão tem uma cauda gigante (só a cauda é do tamanho dele!) e tem um ar muito castiço e simpático, com olhos tão esbugalhados que faz lembrar um animal bebé.

A viagem até Malapáscua demorou 3h30 a ser feita, mas quando saímos do carro, parecia que estávamos a entrar num forno. Vindos do congelador que era a Mongólia, chegar a uns míseros 30º graus positivos, é um choque tremendo!

A água está a 29º, já se comprovou, há um restaurante de sushi mesmo ao lado do hotel (MARAVILHA!), temos praia privativa e já marcamos os nossos mergulhos todos para estes dois dias. Hoje vamos fazer o night dive para vermos macro! Vão ser só peixes estranhos, como polvos, lulas, cavalos marinhos, minhocas, caracóis, etc. Can’t wait!!!

Amanhã teremos de madrugar, porque o tubarão só se vê às 5h da manhã! Depois vão ser os mergulhos normais de macro. VERY BASIC!! 😀

O nosso primeiro mergulho de hoje (o night dive) foi muito fixe. O único problema é que a água estava muito fria (26 gruas) e tanto eu como o Di já estávamos a tremer de frio, poucos minutos depois de termos chegado aos 11 metros de profundidade (não passámos essa marca hoje). E para o Di ter frio, é sinal que estava mesmo fria! O nosso guia disse-nos que íamos ver o peixe mandarim (muito raro em todos os mergulhos que fazemos, do tamanho do meu dedo mindinho, de cor azul com pequenos pontos e traços laranja forte). Normalmente andam aos pares e quando se aponta a luz, brilham e são muito bonitos. Pelos vistos, cá são uma atração. Mas quando ele me diz que íamos ver cavalos marinhos, até saltei! São os meus preferidos e são tão, mas tão raros que eu fiquei extasiada!

Quando entrámos na água, à superfície a água estava a 29º, o que nos pôs logo contentes! Mas mal começamos a descer, começamos a sentir o frio a entrar pelo fato dentro e eu comecei logo a tremer. Andámos um pouco às voltas, à procura do peixe mandarim e entretanto vimos Nemos (que eu acabo sempre por gostar, apesar de por estes lados serem tão comuns como ver gazelas num safari), casas-alugadas e cheguei a ver uma sapateira escondida. Tive um “tete-a-tete” com ela e disse-lhe “Logo, saltas para o meu prato com um bocadinho de manteiga, combinado?” e ela piscou-me o olho! LOL! Ainda a estive a filmar algum tempo e ela mexeu-se imenso. Um casa-alugada enorme, que estava mesmo por baixo da sapateira, ia comendo a sua concha. Com uma das patas segurava na concha que tinha restos de comida, e com a outra partia-a e metia-a à boca. Foi super giro! Isto tudo enquanto, o guia mostrava a todos o tal peixe mandarim. Eu sei que são raros, mas não é preciso passar mais do que 5 minutos a olhar para ele, certo? Chega a uma altura que cansa… Então, eu ia me entretanto com outras coisas.

Quando nos afastámos do casal de mandarins (devem ser chineses…!!), fomos procurar os meus preciosos cavalos-marinhos. Nunca mais aparecia nenhum, quando vejo a luz do guia a apontar para mim e a fazer gestos laterais para chamar a minha atenção. “Corri” até lá e vejo um cavalo marinho ENORME, com a cauda enrolada num coral. Ele tinha seguramente o tamanho da minha mãe e parecia grávido (ou grávida… sei lá! Como os tipos são hermafroditas, nem sei!), pois tinha uma barrigonça que mais parecia o pai natal! Nunca tinha visto um tão grande!

Aliás, o único que vi foi no Borneo e esse era tão pequenino que se não fosse a guia na altura, eu nunca o teria visto! As pestanas dele era enormes e enroladas e parecia que brilhavam quando a luz lhes batia. Fiquei a olhar para ele o máximo e tempo que pude, com a lanterna apontada bem na cara dele enquanto o Di o filmava e tirava fotos. São simplesmente mágicos!

A seguir vimos mais uns peixes estranhos, incluindo o pipe fish, um crocodile fish, duas lesmas do mar gigantes, uma estrela do mar tão grande que andava com as patas e o corpo no ar (parecia uma espécie de aranha… não fiquei fã!), lion fish, um camarão tão pequenino que quase nem o via e vários outros, como ouriços do mar, etc.

Quando cheguei à superfície, soube mesmo bem sentir a água a 29º e quase não apetecia sair de dentro de água, se não fosse pela vontade gigante de fazer xixi!

Lá viemos embora, combinamos a hora para amanhã (5h da manhã!) para irmos ver o tubarão Thresher! Fomos jantar a um restaurante italiano e comemos muito bem. Agora o Di já dorme aqui ao meu lado, enquanto eu vos conto a emoção do nosso primeiro dia na minha terra – a terra das filipas!

Os nemos mordem!!

Tenho a dizer que não ficámos fãs de Malapáscua, uma ilha a norte da ilha de Cebu. Aqui não há uma única estrada pavimentada (o que não é necessariamente mau!), a vila parece uma favela com condições de vida muito básicas (apesar das pessoas viverem muito felizes aqui), não há carros apenas bicicletas e motas conduzidas por miúdos de apenas 8 anos, restaurantes locais e japoneses (que servem comida italiana, como sempre) e lojas de mergulho. 

Hoje foi o dia de irmos ver o Thresher shark (o tubarão da imagem de fundo desta página). Tivemos de nos levantar super cedo (4h30) para irmos mergulhar, porque pelos vistos, a hora mais provável de o ver é às 7h da manhã. Como ainda tínhamos uma viagem de barco até lá de cerca 40 minutos (e estes tipos acham que nos têm de dizer para estarmos na loja 1h antes de partirmos, com medo que haja atrasos), lá fomos nós cedíssimo para a praia (uma cena que é pouco tolerável quando estamos de férias! Exceto quando é para vermos tubarões!). Quando chegámos ao spot e entrámos na água, até me gelou a espinha! A água estava tão fria que eu tremi o tempo todo!

Tivemos de descer até aos 30 metros de profundidade e ficámos lá cerca de 10 minutos, sem nos mexermos para não afugentar o bicho. Nada! Não vimos porcaria de tubarão nenhum. Subimos até aos 20 metros e voltámos a ficar estáticos, “sentados” no chão, sem podermos explorar mais nada. Ainda houve um peixe amarelo, muito giro, que veio morder o musgo que estava colado mesmo ao lado das minhas mãos e eu entrei-me a olhar para ele enquanto o tuba não aparecia… passados cerca de 15 minutos (de seca total!) NADA! O guia desistiu e fomos explorar o resto do dive site. Para meu êxtase, vimos um polvo, escondido debaixo de um coral, muito apertadinho! Quando o guia lhe tocava, ele mudava de cor, em tom de ameaça (UUUUHHHHHH!!!! Que medo!! NOT!) e a cada toque se escondia mais e se apertava mais, tornando-se quase impossível de ser visto. O Di ainda fez um filme dele e dá para ver os tentáculos dele! Brutal!

Saímos da água completamente desiludidos (e a tremer por todos os lados), porque esta era a nossa única chance de ver este tão pouco famoso tubarão, do qual nunca tínhamos ouvido falar. Voltámos para a praia e fomos tomar o pequeno-almoço. Mais uma vez, não adianta pedir a ou b do menu, porque eles vão trazer sempre c (o que lhe dá mais jeito vender!). Pedimos uma french toast (pão frito) e eles trouxeram fiambre grelhado (super salgado) com queijo e um ovo estrelado. Eu pedi um hot dog e vieram duas salsichas, uma omelete e arroz branco! Whatever! Como assim?! Estão vocês a pensar. Exatamente assim! Pedes uma coisa e vem outra! Ponto final.

Voltámos para o barco e fomos para o nosso segundo mergulho do dia. O Diogo tem sempre alguma dificuldade a descer, por causa da descompressão dos ouvidos (sempre pensei que fosse eu a ter essa dificuldade, porque sempre me doeram os ouvidos ao andar de avião), e eu e o guia já estávamos lá em baixo, quando o guia me faz sinal para eu esperar porque ia ajudar o Diogo a descer. Eu então, deixei-me estar exatamente no sítio onde ele me disse para esperar, certo? Vale a pena explicar que aqui em Malapáscua (e eu espero que seja mesmo só aqui), a água é turva e verde, como se estivéssemos a mergulhar num tanque com verdete! A visibilidade é péssima e quando o guia subiu para ir ajudar o Diogo, eu deixei de o ver. Mas fiz como ele me mandou, esperei. O idiota (que não tem outro nome), achou que como estava corrente, eu ia deixar-me levar e que eu estaria mais à frente. Então, eles avançaram e eu fiquei para trás. O que vale é que eu estava a ver o vulto do Diogo quando os deixei de ver e por instinto, segui a corrente quando os vejo, a olhar pra trás, a tentar encontrar-me! Ora bolas! Eu esperei onde me disseste para esperar…

Enfim! Seguimos caminho, até que de repente, o guia faz-nos sinal que temos de interromper o mergulho e subir sem fazer a safety stop (3 minutos nos 5 metros de profundidade). O tanas!!! Ele sempre a subir e a fazer-nos sinal para subirmos também, mas nós fizemos o que tínhamos de fazer. Parámos os 3 minutos e fizemos a safety stop. O que aconteceu foi que ele ao ir ajudar o Diogo, perdeu de vista a linha que eles usam como guia e deixou-se levar com a corrente e estava perdido. Tivemos de subir, ver onde estava a boia, nadar contra a corrente durante uns bons 10 minutos e voltar a descer, agarrando a linha para nos ajudar a descer. Este mergulho correu super mal e não vimos nada de jeito. Bem, não estou a ser justa. Vimos muita coisa gira, mas como o ambiente é verde, as cores não sobressaem e fica tudo assim muito blah… Mas vimos montes de sea snails, camarões, lagostins, peixes leão, vimos um cardume enorme de peixes acastanhados que estavam a tentar entrar para um buraco, todos ao mesmo tempo, vimos uma moreia… Vimos muita coisa, mas tudo verde! O lagostim tinha a cauda azul forte e no vídeo que fizemos só se vê verde! Temos tudo verde!

No último mergulho, já estávamos quase para anular e não fazer mais nada, de tão desiludidos que estamos. Mas decidimos dar mais uma oportunidade a Malapáscua e anular só o último do dia (o night dive). Eu arrependi-me! A água foi a mais fria que já estive, tremi o mergulho todo sem conseguir separar os braços do tronco de tanto frio, a minha máscara começou a embaciar, não vimos nada de jeito e viemos embora desconsolados. A única coisa que se aproveitou deste mergulho foi o facto de eu me aperceber que os Nemos fazem um barulho super engraçado. Quando eu me aproximava deles, eles encaram (cheios de coragem contra um bicho 1.000 vezes maior que eles) e batem os maxilares um no outro, como se me estivessem a morder. Foi a cena mais hilariante de sempre! Uns bichitos de 6 ou 8 cm de comprimento, a ameaçarem-me com mordidelas… Muito bom! Até me ri debaixo de água! Quando contei ao Diogo ele ficou um bocado incrédulo mas quando fomos ver os vídeos, de facto ouve-se os tipos a bater as castanholas! TOP!

De tarde, dormimos, escrevemos, vimos os vídeos, fomos passear pela praia, bebemos uns daiquiris e umas margaritas, conhecemos um casal belga que já trocámos contactos para lhes mandarmos uma garrafa de amarelinha, porque eles disseram que tinham experimentado uma vez quando estiveram em Portugal e “ah, yes, it’s very good!” e eu pensei “espera até provares a amarelinha do meu sogro! Não vais querer outra coisa!” Eles ofereceram a casa deles em Antuérpia e claro, nós oferecemos a nossa! Viemos jantar já tão tarde que pensámos que já não nos iam servir nada – eram 21h! Lol! Agora são quase 23h e o Di já dorme aqui ao meu lado enquanto eu estou debaixo da ventoinha de teto, a tentar arrefecer o corpo de tanto calor que está! Vida difícil!

O nosso motorista sucks!

Hoje o dia foi passado da pior forma possível. Ontem acabámos por desistir da nossa segunda e última tentativa de ver o Thresher shark, porque tínhamos de sair super cedo para podermos vir para Moalboal e mergulhar com as sardinhas. Se fossemos ver o tubarão, implicava chegar a Porto Maya (o sítio onde o nosso motorista, contratado pela Zati, nos ia buscar) só às 10h. Como de Porto Maya até Moalboal demorava cerca de 4horas, só chegávamos a Moalboal às 14h – demasiado tarde para mergulharmos e vermos as sardinhas. Sendo assim, tivemos de desistir e abdicar do tubarão (que seria sempre um tiro no escuro, porque ninguém garante que o víssemos) com muito desagrado nosso por ser uma oportunidade única de ver reste tubarão e optámos por ver as sardinhas, que toda a gente garantia que as víssemos (100% de certezas!).

Então, pedimos no hotel que ligassem para o motorista a avisar para ele nos ir buscar a Porto Maya às 8h30 para podermos estar em Moalboal às 12h30. Assim ainda dava tempo para fazer o check-in, marcar o mergulho, almoçar e estar tranquilamente a fazer as coisas. O motorista confirmou a hora e nós fomos dormir descansados. No dia seguinte, cheios de sono, fizemos o check-out do hotel (depois de comer um crepe com nutela – lembrei-me logo do meu afilhado Miguel) e fomos apanhar o barco para Porto Maya. Eram 7h30 quando entrámos no barco. Quando chegámos a Porto Maya, motorista de grilo! Nada! Mas, fomos até ao parque de estacionamento porque ele podia lá estar. Nada! O Diogo decide ligar-lhe e ele diz que daí a 10 minutos estava lá. Ok. 10 minutos. 20 minutos. 40 minutos. 1 hora. 1 hora e 30 minutos e nada do Bart (o motorista). E nós debaixo do sol, com tanto calor que quase derretemos. Passados 1 hora e 45 minutos, lá aparece ele. Perguntei-lhe o que é que se tinha passado… “Ah, furou-me um pneu!” Desculpa fácil e previsível. O Diogo tinha comentado isso, antes dele chegar, que ele iria sair-se com essa desculpa. Entrámos no carro, em cima da hora para chegar a Moalboal. Eram 10h15! Só chegaríamos lá por volta das 14h30.

Os primeiros 30 a 40 minutos, foram passados connosco a dar-lhe cabo da cabeça por este atraso e passado essa tempestade, fomos o resto das 3h30 praticamente calados. Ambiente de cortar à faca. Ele ainda acelerou e tentou ganhar algum do tempo perdido e nós pedimos-lhe para ele ligar para algumas agencias de mergulho para tentar reservar o nosso mergulho para as 14h30, já sem tempo para fazer o check-in nem para almoçar. Nós só queríamos era chegar a horas para ver as sardinhas. Estávamos mesmo furiosos, porque reparem, tinha dado para irmos ver o Thresher! Estávamos cegos de raiva!! Abdicamos duma coisa que nós queríamos mesmo fazer a favor duma coisa garantida e sua excelência decide atrasar-se quase 2 horas! Merda!

Ele lá nos disse que havia uma dive shop que ia estar à nossa espera quando chegássemos ao hotel. Quando lá chegámos, a primeira coisa que fizemos foi fazer o check-in e ir ao quarto pousar as malas. Quando chegámos à dive shop, que era mesmo ao lado do hotel, o Joker (nome engraçado para um filipino, que parecia meio japonês) diz-nos que não tem lugar para nós. Que quando lhe perguntaram pelo telefone, ele disse que não tinha. O burro do Bart, para não ficar pior visto, mente-nos com os dentes todos! Bem, quase nos passámos da cabeça! Voltámos à receção para lhe dizer poucas e boas e qual não é o nosso espanto quando percebemos que ele já tinha ido embora. Os nossos olhos estavam raiados de sangue… Tipo cartoon mesmo! Pedimos à senhora da receção que lhe ligasse e lhe pedisse para voltar para trás e ela muito prontamente assim o fez. Ele não atende o telemóvel. Ela tenta 3 vezes e nada. Bem….. estão a imaginar a nossa cara?! Há 5ª tentativa, ele atende o telemóvel. Disse que já ia a caminho de Cebu. A senhora pediu-lhe que voltasse e ele assim o fez. Quando chegou, dissemos-lhe que ele tinha de esperar para nos levar até ao spot das sardinhas porque o Joker ia connosco de carro e ele próprio (o dono do dive center) ia mergulhar connosco!

Ele assentiu e ficou à espera dentro do carro. Fomos confirmar com o Joker e ele disse-nos que ia só terminar uma aula que estava a dar, para nós irmos comer alguma coisa (porque ainda estávamos de estômago vazio), para relaxarmos que tudo se ia resolver. Assim o fizemos. Quando terminamos de comer, fomos ter com o Bart para lhe dizer que íamos sair dentro de minutos. ELE TINHA-SE IDO EMBORA! Vocês acreditam nisto? Disse à rececionista que ia comer qualquer coisa e quando tentámos ligar, ele nunca mais atendeu o telemóvel. Como se já não bastasse, ter-nos feito esperar aquele tempo todo debaixo do sol tórrido, abandona-nos no hotel mesmo depois de lhe termos pedido para ficar. Eu entendo que ele quisesse comer, tudo bem. Mas ele nunca mais atendeu o telemóvel! Simplesmente, fartou-se e foi-se embora. Voltámos para a dive shop e o Joker disse que ia chamar uma motorizada para nos levar até ao spot e assim foi. Fomos numa motorizada típica de cá, com uma espécie dum side-car e lá fomos nós. Se não fosse pelo esforço do Joker, não tínhamos conseguido mergulhar com as sardinhas!

Mas lá entrámos no mar e mal descemos até aos 5 metros, começamos logo a ver uma nuvem gigante de sardinhas, que brilha quando o sol lhes bate, tipo reflexo, mudam de direção tão rápido e são tão rápidas que chegou a ser hipnotizante! Foi brutal e o Joker foi o salvador do dia esgotante e serenaste que nós tivemos. Foi uma excelente maneira de terminar o dia. No final, demos-lhe uma gorjeta generosa e saímos todos felizes da história!

Fomos jantar no hotel, um belo prato japonês com enguias e arroz, 1 cocktail para cada um de nós e ficámos um bom pedaço a conversar com um americano de Ohio a trabalhar no Dubai e como sempre, trocámos contatos, dicas e ideias das nossas viagens e das dele. Já temos um contacto no Dubai! YEAH!

Agora vamos mas é nanar, que amanhã é o excitante dia de mergulhar com os tubarões baleia!!! Can’t wait!!!! Foi precisamente por causa dos tubarões baleia que nós viemos para as Filipinas! Finalmente chegou o dia!

Whale Sharks RULES!!!

Hoje partimos de Moalboal em direção a Oslob, o sítio e o motivo pelo qual tanto queríamos vir às Filipinas: tubarões baleia!! Nem vou perder tempo a falar de mais nada antes disto!

Quando entrámos na água, e chegámos ao primeiro tubarão baleia, ficámos imediatamente com uma ideia do que seria ver um tubarão branco (porque são do mesmo tamanho deste grande animal que pairava mesmo à nossa frente). Em nota de rodapé, Oslob é uma vila onde a principal atração são os tubarões baleia. Eles dão-lhes de comer e os turistas vão todos lá para os ver apenas a 2 ou 3 metros de distância. Não tivemos de ir muito fundo, pois os pescadores estão à superfície dentro de barcos, rodeados por snorkelers, que sempre que um deles se aproxima, batem com força com as pernas com medo de ficar sem uma, o que é a cena mais ridícula de sempre, porque eles só comem camarão (bem espertos, estes animais, não acham?!).

São provavelmente o animal selvagem mais pacífico do mundo, o que não bate certo com o tamanho que têm – podem chegar aos 15 metros, mas estes tinham o mais pequeno 6 metros e o maior uns 10. São animais curiosos, principalmente aqui devido ao fato de estarem à espera que lhes deem comida. Então, chegam super perto das pessoas para ver se lhes calha algum camarão na rifa! Temos um vídeo meu frente a frente com um, que chegou tão perto que eu pensei que ele não se ia desviar, então pus-me em posição fetal para, caso lhe tocasse, não o magoar. Ainda me tocou na barbatana que lhe bateu por baixo do do maxilar. Ele abriu a boca no momento exato em que passou por mim e foi o momento alto do dia! No vídeo pode parecer que foi perigoso, mas relaxem. Não tive medo nem por um segundo, a não ser para não o magoar. Escusado será dizer que se houvesse algum problema, ninguém deixava ninguém entrar na água. Estavam seguramente mais de 50 pessoas na água, de cada vez. Sim, de cada vez, porque cada pessoa só pode estar 1h se for mergulhador e 30 minutos se for snorkeler. Depois disso, têm de sair e se quiserem entrar de novo, pagam os 60€ como se fosse a primeira vez.

Caso algum turista estúpido decida tocar nalgum, tem de pagar uma multa, para minimizar os danos nestes belos animais de grande porte.

Porém, esta visita esgotou-nos… Ter de acompanhar a natação destes animais, é bastante difícil e fazer isto durante 1 hora, foi demais. Houve uma altura em que só me apetecia desistir e ir embora. Mas entretanto, eles voltavam a aparecer qual fugira mítica e mágica, silenciosa e em BUS MODE!

Quando saímos da água, eu quase nem me aguentava nos joelhos e o Diogo estava esgotado. Extasiados de alegria, emoção e excitação, com a adrenalina a percorrer o corpo de lés a lés! Os sorrisos não largavam a nossa cara e via-se ao longe que estávamos super felizes.

Mas o dia ainda não ia nem a meio! Quando chegámos a Dauin e ao nosso hotel (que por sinal é espetacular!), fomos logo fazer dois mergulhos: um às 15h e outro night dive. Bem, meus amores… não há palavras para descrever a emoção que sentimos! Vimos tanta coisa nestes mergulhos (macro), que eu nem sei por onde começar. Desde caranguejos, enguias, moreias, camarões, lulas, chocos, polvos, frog fish (tão pequenos que eu juro que não entendo como é que o guia os via!), scorpion fish, lesmas, cril por todo o lado (tanto que eu entrei em paranoia e pensei que me iam entrar pelos ouvidos! Eram tantos que quase não conseguíamos ver!), imensos pipe ghost fish (raríssimos!!!), cavalos marinhos… Bem, tudo o que é mini mini mini, eles têm cá e nós vimos tudo!!

Decidimos fazer o curso de mergulho avançado aqui e começamos amanhã com esses mergulhos. Agora estamos literalmente esgotados de tanto nadar e vamos dormir que já não conseguimos raciocinar.

Beijos, beijos mil!! Especialmente para a nossa Tiz que hoje não nos saiu da cabeça devido à nossa viagem de carro, porque o motorista tinha um cd com músicas da Disney que nos fez sentir ainda mais saudades da nossa pequena princesinha!

ALAN ROCKS!!!

Bem, nem vou gastar muito tempo a contar-vos como a nossa quarta foi passada, porque a nossa quinta foi simplesmente indescritível!

Na quarta fizemos o nosso mini curso de Deep Diver para podermos oficialmente ir até aos 30 metros de profundidade. A única coisa que tivemos de fazer foi olhar para uma tabela debaixo de água aos 30 metros e dizer que cores vamos lá para percebermos que as cores mudam debaixo de água! Uma treta, basicamente! O dia foi passado num barco na costa da ilha Siquijor e fizemos 3 mergulhos. O primeiro foi o tal deep diver adventure dive e os outros 2 foram os fun dives, que de fun pouco tiveram… Era uma parede de coral, onde poucos peixes e afins se viam. Fiquei super orgulhosa quando eu (euzinha!!!) descobri um scorpion fish! Para quem não sabe, são super difíceis de encontrar, porque se camuflam no meio dos corais e quase ninguém os vê. É, aliás, assim que muitas pessoas são picadas, por porem os pés onde eles estão porque eles estão tão bem camuflados que não se veem. Toda a gente fez o sinal de “fixe” debaixo de água para mim e até senti o meu peito a inchar! Fora isso, foi um dia muito calmo, pacífico sem grande coisa para contar, até porque o resto dia (a parte me que não estamos a mergulhar) no hotel, a ver as fotos que tiramos, a trocar mensagens convosco, a trabalhar um pedaço (eu e a Juliana), a comer e a dormir. Ontem ainda aprendemos a jogar bilhar filipino que tem regras bastante diferentes.

No entanto, o dia de hoje foi inacreditável! O primeiro mergulho foi aqui na costa, mesmo em frente ao hotel (spot chamado Atlantis), onde tivemos a oportunidade de ver os cavalos marinhos pigmeus. Nós tentámos tirar fotos, mas eles são tão micro que nós ainda não entendemos como é que o guia (Alan, o melhor guia que tivemos até agora, um filipino gordinho, ligeiramente mais alto do que eu, com uma barriga enorme, super simpático e sorridente) os consegue descobrir. Devem ter no máximo 7mm e também são prós na arte da camuflagem! Ele mostrou-nos uns 3 e estivemos a tentar apanhá-los para a fotografia para vos mostrar!

No mergulho seguinte, eu cheguei ao céu! Vimos tantos cavalos marinhos… vimos mais de 6 e eram grandes! Um deles agarrou-se ao meu dedo para apanhar um peixito que passava por ali naquele momento. Foi espetacular vê-lo a comer o peixe, com ele meio de fora da boca, enquanto estava agarrado ao meu dedo para se apoiar. Foi um dos melhores dias da minha vida! 🙂

O nosso guia, o Alan, é o melhor guia de mergulho que nós já tivemos! Ele vê tudo! TUDO! Vocês não estão a perceber. Imaginem um tufo de algas, em que vocês olham e dizem “ok, são só algas!”, ele chega lá com um pauzinho de inox, afasta as algas (como se já soubesse de antemão que alguma estava ali, afasta tudo e lá está um frog fish ou um cavalo marinho, ou outra coisa minúscula qualquer e quando eu digo minúscula, quero dizer microscópica! Tipo 1cm ou 3 cm, dependendo do peixe. Até vimos uma escola de lulas!!! Imaginem, a coisa mais rara de acontecer! Ver uma lula, já é difícil, imaginem uma escola inteira de lulas…

Num dos mergulhos, o grupo que ia no nosso barco (um grupo de chineses), o guia deles ia lado a lado com o Alan e foi o Alan que lhe mostrou uma cavalo marinho que estava mesmo  por baixo dele! O Alan fez o sinal de cavalo marinho, apontou o sítio onde ele estava (mesmo por baixo da barriga dele), ele olhou, procurou e nada. Foi o Alan lá, afastou as algas e a areia e VOILÁ!! No último mergulho, o Diogo perdeu a nossa lente de aumentar e o filtro vermelho (porque o barco estava a ir na direção dele e ele teve de se desviar) e aquilo caiu. Nós estávamos devastados, porque isso significava que os nossos próximos mergulhos iam ficar arruinados. Pois então, o Alan atirou-se à agua e passados 10 minutos encontrou tudo!! Tenho de dizer que estava uma corrente fortíssima, mas mesmo assim ele encontrou tudo! Não sei como é possível… Ele deve ter olhos especiais de corrida! Dissemos-lhe logo que a happy hour (hora dos cocktails – 2 pelo preço de 1) era por nossa conta! Quando ele estava a encontrar cavalos marinhos atrás de cavalos marinhos, eu fiz-lhe o sinal de “you rock!” (apontei para ele e depois fiz de conta que estava a tocar guitarra) e ele ria-se sempre! Eu estava mesmo feliz! E estou!

YURI’S BDAY PARTY

Quando chegámos ao hotel foi hora da happy hour! Bebemos 2 cocktails cada um e de repente ouvimos falar duma festa de aniversário de um guia de mergulho, que ia haver à noite, na casa dele. Nós, claro, fomos logo de penetras! Depois de 2 cocktails, penetra style mode! A questão é que ninguém sabia quem era o guia… Nós estávamos a conversar com uma inglesa (super gira e boa – tipo helicóptero – de londres) e uma alemã quando uma das guias nos disse que podíamos chamar um triciclo para irmos até à casa do Yuri, porque o motorista do triciclo sabia onde era! WHAT?!?! Até o motorista sabe onde mora o Yuri? “WE ARE IN!! NO WAY I’M GONNA MISS THAT!” Pegámos nas nossas coisa e lá vamos nós, os 4, num triciclo até à casa do Yuri. Pelo caminho, eu virei-me e disse que de certeza que não ia haver grande comida e toda a gente disse que esperava que sim porque a fome já era muita! Pessoal, quando entrámos no jardim do tal Yuri, o meu queixo caiu! Uma festa à maneira, com luzes azuis, tudo decorado, mesas postas, guardanapos com formas de animais, velas, macarrons dentro de caixas a fazer o centro de mesa, pastas de chocolates com o nome do Yuri impresso no rótulo… BEM!!!! Muito bem! Comida: sushi, leitão (à portuguesa!!!), spring rolls, porco agridoce, vaca com molho de amendoim, noodles, porco recheado, arroz, gelados, bolos, doces, fruta… Não falhou nada a esta gente! Inclusive tínhamos porteiro, empregados a servir a comida, pessoal a trinchar o porco, a servir bebidas, música muito fixe… Top!!

Acontece que nós não sabíamos quem era o Yuri. Então, quando chegámos começámos a perguntar quem ele era para lhe darmos os parabéns. Vem um francês, com o sue chevaux todo lambido com gel aos caracóis, e diz que o Yuri ainda não chegou, que é uma festa surpresa para ele, mas ele ODEIA festas surpresa. WHAAAAAT?!?!?! Então, o francês pede a toda a gente para lhe enviar uma SMS a dizer para ele aparecer em casa dele (e eu pensei “isso não vai estragar a surpresa?” Mas acho que ninguém se deu conta…), fizemos um vídeo de toda a gente a desejar os parabéns ao Yuri e entretanto, uma miúda diz que podemos começar a comer porque o Yuri não vinha à festa.

WHAAAAAAAAAATTTTTT?!?!?!?!?!?!?!?!?!?! Como assim?! A festa é dele e ele não vem? Lol!!! Mais tarde viemos a saber que a festa tinha sido organizada pela ex-namorada dele, que tinham se zangado e ela queria fazer as pazes, ela tratou de tudo, pagou tudo e ele nem apareceu! COITADA! Éramos certamente umas 40 pessoas! A relva foi cortada, havia balões, umas grandes letras em esferovite pintadas de azul e branco a dizer Yuri, bolo de aniversário… Pelos vistos, ele apareceu, chegou de mota, entrou no portão, viu aquilo tudo, deu meia volta e foi-se embora.  Eu nem imagino a trabalheira que deu a esta miúda organizar isto tudo, espacialmente no meio das Filipinas, numa vila (nem uma grande cidade é), onde não vi sequer um sítio onde se possa imprimir cenas e com este nível de apresentação! Neste momento, estou deitada na cama, cheia de calor (com o Di a dormir de pernas para o ar, depois de algumas bebidas) e a pensar em como a Tracy se estará a sentir, depois de organizar uma festa para 40 e tal pessoas (sim, porque sobrou imensa comida), vindas de todos os lados do planeta (franceses, australianos, chineses, japoneses, italianos, pessoal que trabalha com ele, os alunos que estão a tirar curso de mergulho com ele, turistas, viajantes…) e ele ter ignorado este pedido de tréguas dela… Meu deus! Só consigo pensar: COITADA! Deve ser muito triste ser ignorada e ser posta de lado assim. Bem, mas pelo menos já fica a saber que pode partir para outra… no entanto, nem sempre é assim tão fácil… OH WELL!

Para nós é que foi brutal : free food, free drinks, free music and good vibes! PERFECT!

Factos sobre as Filipinas, com prós e contras

Como alguns de vocês devem saber, nós sempre falámos em passar a nossa reforma num paraíso qualquer e sempre que vamos de viagem avaliamos os prós e contras do destino em questão. O sítio que nós mais gostamos de estar, pode não significar que seja o melhor destino para passarmos a nossa reforma, devido a questões financeiras, climáticas ou até religiosas.

Mas entretanto, aparecem as Filipinas, que (apesar de não ser o nosso destino de sonho) tem paisagens maravilhosas, comida boa, pessoas super simpáticas (exceto a parte do tique dos olhos que me faz panicar – já explico de seguida), é tudo super barato, o mergulho é top, são cristãos, tem bom tempo e quase não há tufões. As Filipinas estão, de alguma forma, protegidas, o que facilita bastante a vida aqui aos habitantes destas ilhas paradisíacas!

Contras – internet demasiado lenta! É desesperante tentar aceder e enviar o que quer que seja. A pobreza que vemos e a falta de materiais que facilitavam boas construções.

FACTO 1

Ora o tique dos olhos… é uma cena que a mim me faz uma certa confusão. Sempre que falam connosco, abrem os olhos levantando as sobrancelhas e fazem um gesto com a cabeça, como nós fazemos quando dizemos “então, tudo bem?”. Parece um tipo de “que é que tu queres?” agressivo, mas é um cumprimento tipo olá ou sim ou lá o que é… Faz com que pareçam meios tarados e pervertidos. Chega a ser um pouco assustador até! Ficamos sempre a olhar para eles, como quem não entendeu bem o que eles querem dizer.

FACTO 2

São um povo tão relaxado que até enerva. Não têm horários para nada e são desorganizados. São um país do terceiro mundo, claramente. Nós com pressa para irmos do ponto A ao ponto B e eles relaxados ao máximo, com calma, tranquilidade acima de tudo! Não há pressas para nada… estamos no paraíso!

FACTO 3

Corrupção! Mas quem é que se pode gabar de não ter corrupção hoje em dia? Só mesmo os nórdicos!

FACTO 4

Os filipinos acreditam na reencarnação, o que os leva a ajudar tudo o que mexe e não mexe! Em forma de piada, contaram-nos que os barcos têm motores dos tratores que já não funcionam e são aproveitados para os barcos. LOL! Hoje apareceu um passarinho muito muito pequenino aqui no hotel. Deve ter caído do ninho e agora está aqui um reboliço para o ajudar a sobreviver. O Diogo já tentou arranjar uma maneira de o ajudar, mas não há muito a fazer. Aqui no hotel (nem perto sequer) não há nada que o Diogo possa usar para o ajudar, nem que ele fosse o Macguiver! Eles passaram imenso tempo a tentar encontrar o ninho de onde ele caiu mas não o encontravam. Tudo porque o Diogo disse que a melhor chance que ele tinha de sobreviver era voltar a pô-lo no ninho porque só a “mãe pássara” sabe como ajudar. Mas não foi fácil. Estavam os empregados todos empenhados à procura do ninho, as empregadas a tentar encontrar minhocas e puseram-no numa caixinha de papel para não o porem no chão e ele não ser comido vivo pelas formigas, moscas, gatos, etc. e eu fiz de babysitter do passarinho para ninguém o comer e ver se ele sobrevivia ou não. Depois lá encontraram o ninho e puseram-no lá. Vamos esperar que a mãe o veja e tome conta dele.

FACTO 5

Há todo um negócio à volta dos tubarões baleia, o que incomoda os turistas que por cá passam. Ficam todos revoltados, “ah é contra a natureza e vamos proteger os animais e tal!”. No entanto, na nossa opinião, este tipo de negócio é melhor do que caça-los, vende-los e comê-los! Assim, “it’s a win win!”, como eles dizem. Win para a baleia e win para eles que ganham dinheiro com isso. Nós concordamos, até porque nos permitiu vê-los tão perto como a 1 metro de distância! Chegamos até a tocar  em algumas que vinham na nossa direção e passavam tão perto que não havia outra hipótese a não ser tocar (mas não de propósito, claro). É evidente que o ideal seria deixa-los viver em paz, sem fazer disso um negócio, mas nestes locais a exploração é demasiado forte.

FACTO 6

Muita influência portuguesa e espanhola! Os números são dito à espanhola e até têm o leitão à bairrada que, apesar de não exatamente igual, não lhe fica nada atrás! Aqui servem-no com um molho chili que combina super bem! Mas a pele é tostadinha na mesma, expõem-no na mesa como nós e tudo! Provei-o hoje no meu almoço sozinha aqui no hotel, estava delicioso e com um aspeto de matar um ceguinho!

Sobre o Liquid Hotel:

O hotel é brutal. É em Dauin, a 30 minutos de Dumaguete, de triciclo. Chega-se a Dumaguete através de barco, vindo de Leluan, muito preto de Oslob, o sítio onde toda a gente vai para ver os tubarões baleia (quase na ponta mais a sul da ilha de Cebu). Dumaguete fica na ilha de Negros, em frente às ilhas Siquijor, Apo e Sumilion. O bilhete é super barato e a viagem dura cerca de 30 minutos. Oslob e Leluan ficam a 3h30 de carro de Cebu, onde está o aeroporto principal, no entanto Dumaguete tem um pequeno aeroporto também, para quem não quiser fazer a viagem cansativa de carro ou de autocarro (4h).

A paisagem é extraordinária, com um vulcão extinto por trás do hotel, praia de areia negra, palmeiras a rodear o hotel, mesmo em cima da praia, e os quartos em forma de casinhas pequeninas, espalhadas pela praia, feitas de madeira com telhados de palhinha e com uma varandinha com sofás para relaxarmos. Perfeito! Não podia pedir mais do que isto (só net rápida!)…

Este hotel é especializado para mergulhadores que querem aperfeiçoar os seus skills no mergulho, tirando outros cursos mais avançados. E como qualquer outro local para mergulhadores (ou surfistas) há sempre boa onda, pessoal que gosta de conversar, de meter conversa, dizer umas piadas, beber uns copos depois dos mergulhos, contar as histórias de viagens deles, trocar dicas de sítios que ainda não foram mas que estão na bucket list deles e aproveitam quando aparece alguém que já lá esteve para pedir informações.

Esta foi a primeira vez que nos sentimos como um casal super viajado. Quando nos perguntavam onde já tínhamos mergulhado e nós dizíamos, ficavam surpreendidos não só pela nossa lista de mergulhos (não muito extensa, menos de 10 destinos de mergulho) mas também pelos outros países todos onde já fomos em que não mergulhámos (mais de 30, para além dos de mergulho). Então quando dizemos que a seguir vamos para a Coreia do Norte, o queixo cai-lhes e fazem imensas perguntas sobre tudo o que vocês possam imaginar.

Aqui no hotel temos piscina, bar (com boa música sempre a tocar, mais anos 80, 70 e algumas mais atuais), bilhar, mesa de jogos variados, uma estante de livros para lermos (que eles aceitam fazer trocas, se trouxermos livros nossos, podemos deixar cá e levar alguns que cá estejam), restaurante, dive shop (com coisas para comprar e mergulhos para vender) e massagens (hoje fiz uma para relaxar, já que a net é lenta como um caracol! Gostei tanto da massagem que marquei uma para o Diogo fazer quando chegar dos mergulhos). Já tentei comprar um pau de inox que eles têm aqui para usar debaixo de água para chamar o nosso parceiro de mergulho, mas o Di não me deixa comprar, porque diz que vou estar sempre a chama-lo! LOL

Os quartos são enormes, com uma cama tão grande que eu nem toco no Diogo durante a noite e uma casa de banho com joguinhas pretas no chão dentro do duche. Os cocktails são bons (confirma-se!), já provámos alguns e são todos ótimos!

Recomendamos este hotel a qualquer pessoa que queira cá ficar!

O sítio para mergulho é top para vermos coisas pequenas, como já devem ter percebido pela nossa descrição de felicidade. Não é tão bom para ver coisas grandes, como tubarões (fora as baleias), mas também há aqui perto outros sítios onde se pode ver de tudo! As pessoas são super simpáticas e fazem questão de saber o nosso nome e usam-no sempre que querem falar connosco. “Good morning, Félipa! Good morning, Diugo!”, dizem eles, com o seu sotaque acentuado de sudoeste asiático!

AHHH!!! É incrível o cheiro que eles usam nos lençóis e toalhas de banho e praia! Oh meu deus… quando nos deitamos na cama a primeira vez, só conseguíamos encher os pulmões de ar para sentir aquele cheirinho (que eu ainda não descobri qual é, mas ainda vou tratar de saber) e suspirávamos como se não houvesse amanhã! Parecia que já não sentimos o cheiro a lavado há anos! LOL!! Adormecemos agarrados à almofada, com o nariz lá enterrado e a puxar o lençol (que com o calor que está aqui é completamente dispensável!) para ficarmos ainda mais confortáveis! Que paraíso este!!!

Cascatas em Cebu

A altura da despedida foi difícil, principalmente por saber que vamos trocar este calorzinho bom pelo frio de Pequim e Coreia do Norte.

Acordámos, fizemos as malas, fomos tomar o pequeno almoço, pagámos as contas e chamámos o triciclo para nos levar ao porto de Leluan para nos levar para Santander, na ilha de Cebu, onde estaria o nosso carro à espera.

O fulano que conduzia o triciclo foi o mesmo que nos trouxe para cá e não tivemos de negociar o preço, porque já tínhamos acordado que seria o mesmo. No entanto, ele lá achou que devia atalhar para evitar o trânsito e em vez de chegarmos antes das 9h ao porto, chegámos às 9h20. Perdemos o barco. Fomos comprar os bilhetes e a senhora diz-nos que o “fast boat” já tinha saído e que agora o mais cedo era às 9h30 mas que era o slow boat. Imediatamente perguntámos quanto tempo demorava o slow boat, ao que ela responde: “the same, M’am!” Como assim? O fast boat e o slow boat demoram o mesmo?! Então porque é que um se chama rápido e o outro lento…? Enfim! Lá embarcámos no slow boat e em 25 minutos atracámos em Santander.

O senhor que nos ia alugar o carro, era um senhor filipino que conhecemos em Moalboal, numa conversa divertida com o Kyle, um americano que agora vive no Dubai. Foi ele que o levou a todo o lado e lhe mostrou a ilha toda de Cebu. Ele na altura deu-nos o cartão dele e nós ligámos-lhe para lhe alugar o carro.

Quando chegámos a Santander, como não íamos no fast boat, atracámos num porto diferente, o que significa andar até ao porto do fast boat com duas malas enormes e pesadas, mais a mochila das máquinas, mais a mala pequena com computador, calçado e afins, debaixo de um calor insuportável. Mas lá chegámos ao porto e o senhor estava a acabar de almoçar. Lá nos sentámos com ele e o Di diz muito relaxadamente que ele não precisa de vir connosco até ao carro, que podia ficar ali a terminar de comer, que bastava dizer-nos qual era o carro e nós íamos andando à nossa vida. Ele muito espantado diz que ia connosco…

What? Não… nós queríamos alugar só o carro, sem motorista, para andarmos à nossa vontade, com os vidros abertos, música alta, a parar onde queríamos, etc., diz o Diogo. Ele afirma que não entendeu isso e que por isso agora ia connosco. Ficámos tristíssimos. Mais uma vez, não podíamos andar como queríamos e estávamos presos a uma terceira pessoa… Mas os problemas ainda não tinham terminado. A caminho do carro, ele pergunta a que horas era o nosso voo ao que nós dissemos que era só as 10h da noite. Ele, meio a sorrir, dá a entender que íamos ficar muito tempo no aeroporto. “Como assim?!” Nós alugámos o carro para o dia todo, podemos ir onde quisermos. Pelos vistos não. O preço que ele nos deu (completamente fora de qualquer padrão europeu, muito mais ainda dos padrões filipinos) era só para nos levar de Santander até Cebu. Eu até me ri. Há autocarros que custam 20 cêntimos que nos levariam até ao aeroporto. Porque raio haveríamos nós de gastar 80€ num carro com motorista para fazer o mesmo percurso?! Bem, lá tivemos de lhe explicar que isso não fazia sentido e que queríamos ir ver as cascatas. Lá ficou tudo esclarecido e arrancámos em direção às cascatas.

As primeiras cascatas foram umas muito perto de Santander, que nos “obrigou” a fazer um tipo de canyoning, envolvendo escalada e escalada (muito básica, obviamente, senão aqui a menina nem saía do carro) e água por todo o lado. Tínhamos de nos molhar. Comprámos os bilhetes e vem adjacente um guia (super simpático e prestável, por sinal) que nos tirou fotografias o tempo todo, ajudava a escalar, dizia qual era o caminho mais fácil e ainda emprestou os chinelos dele ao Diogo. Quando viu as minhas havaianas (minúsculas e branquinhas), disse “yours shoes are very pretty, like the owner.” LOL!! Eu ri-me e agradeci, completamente cheia de vergonha! Ele lá me dava a mão, ajudava-me a trepar, punha-me os pés nos sítios certos… Não sei se estava encantado ou se simplesmente faz isso a todas, mas foi engraçado e simpático!

Esta cascata tem 5 níveis e no início disseram-nos que demorava cerca de 1h a chegar lá cima. Imediatamente eu digo “nem pensar, ficámos pelo nível 1!” Mas até foi engraçado e foi fácil, sem grandes esforços, até porque envolvendo água, não se sente o calor e vamos parando para fazer a sessão fotográfica que o guia ia pedindo, tomando banho nas “piscinas” que as cascatas iam formando.

A cascata seguinte foi bastante diferente. Água mais cristalina e de um azul super forte, mas não foi tão divertida como a outra, porque era só uma caminhada de 15 minutos, para chegar à “piscina” de água azul forte.

Quando chegámos a Cebu, o motorista deixou-nos numa souvenir shop para nós comprarmos o que nos faltava e depois deixou-nos no aeroporto. 

Despedimo-nos da Terra das Filipas já com saudades e com a promessa de voltarmos um dia para conhecer outras ilhas.


​Filipinas – Dicas

Hotel Filipinas:

Cebu – Cebu Waterfront Airport Hotel, 126€/noite com pequeno almoço

Malapáscua – Tepaanee Beach Resort, 59€/noite com pequeno almoço

Moalboal – Moalboal Bamboo House, 28€/noite com casa de banho partilhada e sem pequeno almoço (3€/pessoa)

Dumaguete – Liquid Dive Resort, 52€/noite com pequeno almoço

Siargao – Bravo Beach Resort Hotel, 80€/noite com pequeno almoço

Filipinas – Formas de deslocação

Nós alugamos carro e entre ilhas passávamos de barco.

Cebu – Onde comer

  • La Vie Parisienne  €
  • Zubuchon €€
  • Azabu Restaurant
  • Anzani  €€€
  • Café Laguna  €€
  • Casa Verde  €€

Malapáscua – Onde comer

Hotel

​Moalboal – Onde comer

Hotel

Oslob- Onde comer

Sunrise Halo Halo Restaurante

​Dumaguete – Onde comer

Hotel

​Siargao – Onde comer

  • Bravo Beach Resort Hotel & Restaurant
  • L’Osteria
  • Ceviche Kinilaw
  • Cantina Luna Siargao

But all of the restaurants around were also really good!

​Dicas e pontos de interesse em Cebu

  • Temple of Leah
  • Cebu Taoist Temple
  • Simala Shrine
  • Fort San Pedro
  • Tops Lookout
  • Sirao Garden
  • 10,000 Roses Cafe & More

​Dicas e pontos de interesse em Malapáscua

Mergulho

​Dicas e pontos de interesse em Moalboal

Mergulho com cardumes de sardinhas

​Dicas e pontos de interesse em Oslob

Mergulho com tubarões baleia

​Dicas e pontos de interesse em Dumaguete

Muck dive

​Dicas e pontos de interesse em Siargao

  • surf na Cloud Nine
  • alugar um barco e fazer “island hoping”
  • experimentar a comida local
  • vida noturna
  • Taktak Falls
  • Magpupungko Rock Pool
  • Tayangban Cave
  • Alegria Beach

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