MATOSINHOS

A DESCOBERTA DA NOSSA CIDADE – MATOSINHOS

Apesar de morarmos em Leça da Palmeira desde 2016 (que descobrimos este fim de semana que Leça e Matosinhos são a mesma cidade), não podíamos dizer que a conhecíamos verdadeiramente.

Sempre que queremos viajar, acabamos por querer sair da nossa zona de conforto e explorar novas culturas, experienciar novas formas de ver o mundo através de olhares locais e histórias contadas por lábios experientes.

Por isso, o nosso objetivo é (quase) sempre sair de Portugal. Aqui sentimo-nos em casa e confortáveis e é o nosso objetivo, enquanto viajantes, querer sensações novas, sermos levados ao extremo e sermos surpreendidos.

Isso raramente acontece quando ficamos em território seguro. No entanto, o desafio da Câmara Municipal de Matosinhos para explorar a cidade e as suas várias freguesias (incluindo a nossa – Leça da Palmeira) tirou-nos o tapete quando descobrimos que afinal não conhecíamos a nossa cidade.

Anda descobrir Matosinhos connosco!

SEXTA

Começamos na sexta ao final do dia pela grua Titan que é um marco importantíssimo na história da cidade e que permitiu que ela crescesse até ser o que é hoje. Tem 69 metros de comprimento e 17 de altura, é composto por ferro lacado a burgundy e realça-se no horizonte como uma peça de arquitetura moderna, apesar de possuir elementos originais da sua criação.

Terminal de cruzeiros de Matosinhos

Fomos abraçados pelo nevoeiro a caminho do Terminal de Cruzeiros, que se camuflava na perfeição pelo branco que o rodeava. Com várias interpretações, a sua forma distende-se e agarra-se aos braços do porto de Leixões. É uma obra surpreendente e o contraste com o azul do céu com as eventuais gaivotas que sobrevoam o espaço, faz-nos cair o queixo. Podíamos ficar horas a olhar para ela, a observar os seus pormenores, molduras e curvas provocantes.

Saímos de noite, com o corpo a pedir por comida e fomos jantar ao Restaurante Lage Senhor do Padrão, mesmo ao lado do nosso hotel o EuroStars. Fomos entretidos pelos sorrisos da senhora que nos atendeu, pelas piadas que ia fazendo à medida que ia trazendo a comida. E que comida!! Ameijoas à bulhão pato, arroz de marisco e chocos com e sem tinta, acompanhados por um bom vinho branco. Por recomendação dela, provamos as natas do céu e podemos afirmar que o nome foi muito bem aplicado.

Valeu-nos os poucos metros que nos separavam da nossa caminha confortável que nos esperava no conforto do nosso quarto gigante. O Eurostars é um hotel recente que oferece requinte, conforto e uma noite bem dormida. Foi o que tivemos.

SÁBADO

Acordamos com o nascer do sol para irmos fazer uma aula de surf, mas o tempo e o mar não ajudaram, apesar de outros colegas terem sido persistentes e terem ido. Ainda conseguiram apanhar algumas ondas pequenas e surgiam pelo meio do nevoeiro de pé na prancha. Acompanhados pelo Brownie, o cão da escola de surf Onda Pura, recebemos os surfistas que vinham de sorriso de orelha a orelha e de prancha debaixo do braço a festejar como crianças sem frio.

Voltamos ao hotel para quebrar o jejum num pequeno almoço maravilhoso, com tudo o que se pode pedir. Adoramos pequenos almoços de hotel, com o sumo de laranja, os croissants, as compotas, os bolos, os queijos variados, presunto, iogurtes, chás, café, leite, frutas, cereais…

Bem, saímos a rebolar até chegarmos à fábrica de conservas Pinhais onde nos esperava histórias emocionantes dos riscos que os pescadores correm e do sofrimento das suas famílias. Confesso que verti uma lágrima… Enquanto visitávamos as salas, explicavam-nos os nomes, os ingredientes (alguns secretos) das conservas, a forma como se preparam e o embasamento das mesmas. Testaram as nossas competências e puseram-nos a fazer algumas conservas e ensinaram-nos a embalá-las.

Despedimo-nos para arrancar para o Mercado de Matosinhos, o sítio onde vamos comprar o nosso peixe – a banca do Tó Zé! Os peixes brilhavam, reluzentes a piscar-nos o olho. Pareciam pedir para os levarmos, de tão apetitosos que se exibem. Ainda comemos uma ostra cada um que estava super fresca, cheio de mar dentro dela.

Passamos pelo Restaurante Sushi no Mercado para comermos um sushi tradicional, como nós mais gostamos dele, sem fusões, sem queijos philadelphia, sem molhos e super fresco. O restaurante, decorado de forma tradicionalmente japonesa, é dentro do mercado e usufrui do óbvio peixe fresco e tem a vantagem de poder escolher os melhores peixes mal eles entram no mercado.

A carregar uma barriga pesada, caminhamos até à Igreja do Senhor do Bom Jesus de Matosinhos. O interior é todo em talha, cheio de vida e pormenores. Vale muito a pena a visita. O exterior faz lembrar o Bom Jesus do Monte em Braga (a cidade natal da Filipa), nos troncos que perfazem os corrimões e passeios do espaço.

A visita seguinte deu-se no MuMMa (Museu da Memória de Matosinhos), uma casa carregada de histórias e com espaços maravilhosos para visitar. Fomos surpreendidos quando nos deram uns óculos e auscultadores para vermos Matosinhos através de realidade virtual. Parecíamos os Minions e fizemos umas figuras engraçadas a explorar a cidade em silêncio, enquanto tudo se desenrolava apenas para os nossos olhos. Vimos também uma maquete que explicava os vários séculos de crescimento do concelho através de projeções de luzes e imagens na maquete.

Ainda tivemos tempo de visitar a Casa da Arquitetura, onde se guardam, com toda a segurança que se exige nestas situações, as várias relíquias demonstrativas da evolução da arquitetura ao longo do tempo. Vimos as duas exposições a decorrer e saímos ainda a tempo de ir ver o pôr do sol no Xiringuito.

Pedimos sangria para relaxar enquanto assistíamos ao espetáculo de cores laranja, vermelho e rosa que o sol nos proporcionou. Ao som de raios de sol e embalados pela fruta alcoolizada, trocamos impressões sobre tudo o que tínhamos visto naquele dia. Estávamos satisfeitos!

Ao chegar ao Restaurante D. Margarida, já de noite, esperava-nos uma mesa cheia de coisas deliciosas! Ameijoas à bolhão pato, açorda de marisco, rodovalho grelhado, leite creme e mais vinho. Como sempre, a D. Margarida foi super simpática e convidou-nos para voltarmos e experimentar o arroz de lingueirão e a canja de conquilhas que ela faz. Promete!!

DOMINGO

Iniciar o dia a ver a “nossa” Leça da Palmeira de cima é melhor do que poderíamos imaginar. A subida ao farol, apesar de ser custosa (tem 253 degraus), vale bem a pena. Vimos a costa toda desde o terminal até Júlio Marinho. Vimos as piscinas do Siza Vieira de cima, a nossa casa, a capela da Boa Nova, a Casa de Chá da Boa Nova, o Aterro, a já encerrada Petrogal… O Sr. Moreira tratou-nos muito bem. Sorrisos, gargalhadas e histórias foram a nossa companhia durante esta visita. Prometemos voltar lá com uma das nossas garrafas de vinho e amarelinha, que é produção de família em Tomar para agradecer tanta simpatia.

Fizemos o curto percurso até às piscinas do Siza Vieira e descobrimos um mundo novo de conceitos de arquitetura, bem estudados e estabelecidos pelo mais famoso arquiteto português. Longitudinalidade, molduras de céu aberto, a brutalidade dos materiais, a praticabilidade dos mesmos, os enquadramentos perfeitos… genial! Não saímos das piscinas sem antes darmos o nosso clássico salto e seguimos pelo caminho de Santiago à beira-mar. Cruzamo-nos com alguns peregrinos, tiramos fotos às praias e chegamos a Angeiras já com bastante fome.

Mas por muita fome que tivéssemos, nunca teríamos barriga suficiente para toda a comida que nos proporcionaram. Percebes, lingueirão, amêijoas, mexilhões, croquetes de berbigão, coxas de javali, lulas, polvo, robalo, dourada, posta de carne, foda de bacalhau, sardinhas fritas, filetes de pescada, gambas… e ainda vieram sobremesas. Ok, estamos grávidos de 6 meses!

Seguimos para o Mosteiro de Leça do Balio a muito custo para vermos o interior maravilhoso deste mosteiro e a arte urbana da Lionesa. Os murais coloridos grafitados contrastam com as paredes austeras de pedra do mosteiro a alguns metros de distância.

Terminamos esta viagem sentados a provar as bebidas geladas no L’Kodak debaixo do sol que já vai a caminho do horizonte, espelhando o nosso cansaço bom de quem teve um fim de semana em grande.

Queremos agradecer à Câmara de Matosinhos pela oportunidade e à equipa fantástica que o Filipe Morato Gomes e o Rui Batista juntaram para esta aventura fantástica, assim como todo o programa perfeito para estes dias!

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