Imagina um mundo habitado por seres que não sabias que podiam existir, não neste mundo. Numa espécie de Vinte Mil Léguas Submarinas do Júlio Verne combinado com o Alien do Ridley Scott, damos-te a conhecer esta modalidade de mergulho – o muck dive.
A primeira vez que entramos neste mundo, nem sabíamos bem o que nos esperava, nem o que a palavra muck dive significava. Pensávamos que ia ser mais um mergulho para ver coisas pequenas (que nós adoramos) e quando demos conta tínhamos entrado para um cenário tipicamente apocalíptico.
No muck dive, o fundo do mar é lamacento, mole e coberto de destroços e lixo que passaram a ser usadas por pequenos organismos. O problema é que estes quase não são visíveis a olho nu, é preciso algum esforço, um pouco de dedicação, aprendizagem e algum tempo para conseguirmos distinguir o que é lixo do que é animal.
Os animais têm formas estranhas, nada comuns, camufalm-se na perfeição e normalmente são pequenos. Tanto o macro dive como o muck dive, são como uma espécie de caça ao tesouro, sem qualquer tipo de mapa com pistas. Ter atenção e andar devagar é essencial para se ter sucesso nestes tipos de mergulho. É excitante procurar, mas nada se assemelha à excitação de encontrar os animais sem ter ninguém a ajudar.
Os olhos treinados dos guias são o nosso “mapa” das pistas, mas é muito mais satisfatório quando és tu a encontrar estes seres tão fora do vulgar. No início o apoio do guia é essencial, pois eles estão treinados para descobrir os animais, por mergulharem aqui cerca de 3 a 4 vezes por dia e normalmente sabem onde eles se escondem, onde são os sítios onde costumam estar.
Neste tipo de mergulho é essencial ter uma excelente flutuação, porque tocar com alguma parte do corpo em qualquer superfície pode ser muito prejudicial para nós, os invasores deste mundo. São animais venenosos, extremamente venenosos e que, por serem assim, estão prontos para se defender, não recuando perante uma aproximação de um estranho. Apenas se deixam estar, à espera que cometamos algum erro. É assim que se alimentam na maior parte das vezes, esperam que algum animal lhes toque e “pimba” – Food is ready!
Não é preciso teres medo, basta que não toques em nada e mantenhas o corpo acima do lixo e do chão lamacento. Alinhavas num mergulho destes?
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