Columbus

Novembro 2017

Columbus, Ohio

Depois de uma noite bem dormida, numa cama super confortável, acordámos mais ressacados de sono ainda! Como se nos tivessem dado um doce e nos tirado. Dormimos pouco, porque chegámos ao hotel já depois da meia-noite e acordamos às 6h00 porque o Diogo tinha de estar na universidade às 7h00. É claro que aqui a Filipinha acorda também, com o sono leve que tem. Depois não consegui adormecer e acabei por me levantar ainda não eram 8h00..

Depois do Diogo sair, comecei a pôr o meu trabalho em ordem, com orçamentos e desenhos técnicos para fazer das obras que vão começar agora. Falei com as minhas ricas colegas (que estão a dar no duro para eu poder estar de férias), com a minha mãe e com a Catarina e fiz alguns padrões para os tecidos da Dona Pipeta!

O chato de estar aqui é que tivemos de escolher um hotel que fosse perto da universidade para ser perto para o Diogo, mas ficámos longe do centro e aqui não há nada para ver ou fazer. Se estivesse calor, ainda ia a pé até ao centro, mas com este frio de gelar o corpo, nem me atrevo.

À hora do almoço, perguntei ao Diogo se queria que lhe levasse o almoço e se dava para almoçar com ele na universidade. Ele lá disse que sim e planeei ir a pé ate lá. O único sítio com almoço aqui é o MacDonalds, ou seja, vou virar baleia numa semana! Já me sinto mal disposta de tanta gordura… Até ao pequeno almoço tem de ser Mac… hoje pedi um iogurte e 3 “hot cakes”! Alguém sabe o que é um “hot cake”? Pois… eu também não sabia e então perguntei! Não ia pedir se não sabia o que era, podia nem gostar…

“- What’s a hot cake?

– A hot cake is a hot cake, ‘mam!

– But is it made from chocolate or other thing?

– No, ‘mam… it’s plain hot cake. Just a hot cake.

– Ok… – olho para os écrans à minha frente e vejo panquecas com mel – Is it like pancakes?

– Yes ‘mam, like pancakes.”

Custava-lhe muito dizer que eram panquecas? Eram panquecas! Enfim… cabecinha de ar e vento a dela! 3 Hot cakes era o pequeno almoço mais simples. Depois só havia pão com ovos, pão com bacon e ovos, pão com salsicha e ovos… optei pelo iogurte e os 3 hot cakes!

Ao almoço, fui buscar 2 menus com hambúrgueres, batatas e bebida. Os hambúrgueres aqui são bem melhores dos que os do Mac de Portugal. Estes têm cogumelos e queijos diferentes, molhos mais saborosos e podemos fazer o nosso próprio hambúrguer! Delícia! Quando peguei nos sacos e tentei ir buscar o telemóvel ao bolso para poder ver por onde tinha de ir, vi que ia ser impossível não deixar cair nada e fazer o caminho todo com o telemóvel na mão.

Acabei por chamar um Uber… Veio o Joseph (Joe), um senhor com uns 70 e tal anos, que ficou muito espantado por haver Uber em Portugal e por saber que lá os carros para serem Uber não podem ter mais de 2 anos. Disse que aqui os taxistas também não gostam dos Uber mas que é bom haver concorrência para se melhorar o serviço. Depois de uma conversa bem simpática, cheguei à Universidade. E saber onde é que o Diogo estava? Tentei aceder à net, conforme ele disse para eu fazer mas não funcionava. dei-lhe um toque e pelos vistos ele passou mesmo por mim e nem nos vimos… e vocês pensam “estava assim tanta gente na universidade?” Não gente… não estava. Somos ceguetas!

Almocei com o Diogo na sala do pessoal enquanto ele me contava como tinha sido a manhã dele e a seguir voltei a pé, com a cara congelada e as mãos bem metidas dentro dos bolsos! Ainda tentava pôr o queixo dentro do casaco, para aquecer o máximo da cara… Vi um grupo enorme de patos a grasnar como se não houvesse amanhã e pensei que talvez tivessem tanto frio quanto eu!

O caminho para o hotel faz-se super bem, com exceção do frio. É sempre plano, o caminho é quase todo dentro da faculdade e passam sempre carros no resto do percurso.

Trabalhei mais até o Diogo chegar, com filmes e séries a passar na televisão enquanto trabalhava, e quando o Diogo chegou fomos jantar à aldeia alemã, ao Schmidt’s, um restaurante super conhecido e recomendado aqui em Columbus. Eu comi um Schnitzel de Viena (que estava bem bom) e o Diogo o típico joelho de porco alemão, que estava super macio e suculento. A seguir demos uma volta pela aldeia alemã, com as casas feitas de tijolo burro, super arranjadinhas, ainda com decorações do Halloween e motivos do outono. Parecia um bairro das donas de casa desesperadas alemãs!

Chamámos o Uber de volta para o hotel e aparece-nos uma Samantha Fox, loira descolorada, a falar pelos cotovelos sobre como já teve clientes muito malucos, um deles que lhe cuspiu na cara e ela deu-lhe um soco na cara e foram a tribunal por causa disso… Nossa! Até tive medo de não lhe dar um 5 depois desta conversa… ainda vinha atrás de nós e dava-nos uma coça!

Acabámos na caminha às 22h00 cheios de sono e dormimos até às 7h00 do dia seguinte. 10h de sono reparador!

Hasta la vista baby!

Fiúcha.

Mais dois dias passados a trabalhar. Estamos muito empenhados no trabalho e quase que nos esquecemos que estamos de férias… Eu só me lembro que estou aqui quando ouço a falar “americano” à minha volta. Depois do dia de ontem passado no quarto, ontem e hoje optei por ir trabalhar para o Mac aqui ao lado, para me sentir mais acompanhada e com menos dores nas costas de estar a trabalhar na cama do hotel.

Bem, tenho a dizer que os americanos são umas personagens! No Mac apareceu uma doida varrida que foi para lá, sentou-se e falou sozinha, uma serie de tempo. Sentou-se numa mesa ao lado da minha e começou a falar sozinha. E vocês, tal como eu, pensam que ela deve estar a falar ao telemóvel. A questão é que ela não tinha auriculares em ouvido nenhum e muito menos tinha telemóvel! Eu não consegui evitar de ficar a olhar, até me aperceber que o estava a fazer e disfarçar, tentando continuar a ouvir a conversa.

– Did you turn on the tv? – compasso de espera, para que lhe respondam – And what was on? – alguém lhe responde alguma coisa – Oh! Was it nice? – e eu penso “oh não… pirou!” Passados uns minutos e completamente vindo do nada – What? You thought I was going home? – e ri-se histérica! “Run Forest! Run!”, pensei eu!

Umas horas mais tarde, uma das funcionárias, por sinal da raça preta, achou que não lhe competia a ela arrumar ou limpar determinada coisa mas sim a colega, também preta. Pronto, está o caldo entornado. Começam a discutir como se não houvesse amanhã. Mas discutir aos berros, com aquele sotaque de “big black mamma”, a abanar a cabeça como se estivesse solta do pescoço, mão na cinta e com o dedo espetado no nariz uma da outra! As colegas restantes a rirem-se delas e os clientes super descontraídos, como se tudo aquilo fosse normal… bem, deve ser!

Entre loucos e histéricos, o meu dia foi passado a captar estes momentos únicos dos “States” e a fazer técnicos em Auto-Cad, com os pés gelados, joelhos ainda mais e a mão do rato petrificada em gelo. Se dentro do Mac está frio, imaginem lá fora… Coitados dos sem-abrigo! De vez em quando entra um ou outro para irem buscar qualquer coisa para comer, todos sujos e mal arranjados, com casacos que mal lhes servem e sapatos rotos, barba por fazer, cabelo por lavar e mãos rudes e sujas.

Na noite de terça fomos jantar aqui ao lado, ao Applebees onde comemos um bife grelhado com legumes, sem molhos, sem hidratos e sem gorduras. Tenho a dizer que me soube pela vida e saí de lá consolada e muito contente, sem me sentir pesada, cheia nem mal disposta.

A seguir a jantar fomos explorar os edifícios aqui ao lado, onde nos pareceu haver mais restaurantes e lojas. Estava imenso frio, mas lá fomos nós. Quando nos começámos a aproximar dos edifícios, começamos a ver que afinal estavam quase todos abandonados, apesar das luzes estarem todas ligadas, quer lá dentro quer cá fora, com as estruturas de publicidade ligadas, como se estivesse tudo operacional. Lá dentro? Um cenário de guerra, com tudo destruído, tipo Walking Dead. As únicas lojas abertas incluem um restaurante de kebabs, um restaurante mexicano, um salão de cabeleireiro, um centro de massagens, um salão de ping-pong, um bar e um mini mercado típico americano, onde costumamos ver nos filmes os assaltos à mão armada!

Aqui a hora de dormir é mal acabámos de jantar, porque no quarto só temos a cama para nos deitarmos e o sono chega rápido!

No almoço de quarta voltei ao Applebees, para mais uma refeição saudável e fresca, que bem me soube! De tarde, vim para o quarto porque hoje esta mais frio do que ontem e não se aguentava no Mac. Ao jantar fomos até ao centro, ao Short North, o bairro das artes, onde nos disseram que era muito porreiro para passear.

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